Com relação aos métodos de reutilização que foram citados nas postagens anteriores, no que se refere a viabilidade socioeconômica e técnico- científica, conclui-se que a melhor delas é aquela utilizada atualmente pela Samarco Mineração que está pautada em reutilizar à água para irrigação de áreas replantadas, umectação de vias, lavagem de caminhões e aspersão de poeira.
Porém, esse método não é de fato o mais recomendável do ponto de vista ambiental. Levando-se em consideração a sustentabilidade e a preservação do recurso que a cada dia se torna mais escasso, o ideal seria que fosse viabilizado o quanto antes o projeto de reutilização da água do mineroduto para geração de energia elétrica que alimente toda a planta de beneficiamento da usina.
Isso porque, para lavar caminhões, umectar vias, dispersar poeira e irrigar áreas replantadas, pode-se utilizar à água decantada da barragem de rejeito, água essa que constantemente precisa ser eliminada para evitar possíveis rompimentos.
Além disso, outro fator importante, é que caso o projeto de reutilização da água do mineroduto para geração de energia elétrica seja implementado pela Samarco mineração, é a sustentabilidade, uma vez que menor quantidade de água seria demandada de rios, córregos e ribeirões, haja visto que não haveria necessidade de consumo da mesma para geração energia elétrica no processo de beneficiamento, sendo que tal energia seria gerada através da água reutilizada do mineroduto.
Embora muitos projetos de mineração estejam parados aguardando liberação dos órgãos ambientais, inclusive o projeto Quarta pelotização (P4P) da Samarco Mineração que prevê a construção de um novo minedoduto que passará por 14 cidades de minas, 2 do Rio de Janeiro e 1 do Espírito Santo, Maria Laura Barreto se mostra confiante quanto aos avanços do setor no que tange a novas tecnologias que fazem menção a sustentabilidade, como descreve em seu livro ensaios sobre a sustentabilidade da mineração no Brasil 2° versão (2012).
De fato houve avanços, e isso é refutado pelas ações da Companhia Vale do Rio Doce, que por ser uma das maiores mineradoras do mundo, reutiliza cerca de aproximadamente 77% da água que abastece o seus complexos industriais.
Segundo pode ser verificado no relatório anual de sustentabilidade da empresa (2012), a mesma conseguiu economizar uma quantidade de 33,68 milhões de metros cúbicos de água, o suficiente para abastecer a cidade do Rio de Janeiro por dois anos.
Parte desse resultado é reflexo dos investimentos em tecnologia voltadas para o desenvolvimento sustentável focadas na redução do consumo de água. De acordo com a empresa foram investidos US$ 14,47 milhões apenas em recursos hídricos no país.
Ações como utilizar a própria umidade natural do minério no processo de peneiramento sem necessidade de utilizar água nova, bem como a recirculação da água nas diversas etapas do processo produtivo, tornam-se um diferencial do ponto de vista ambiental, contribuindo diretamente na redução do consumo.
Isso é algo extremamente positivo e deve ser uma constante no setor. No setor industrial e na agricultura, que demandam grande quantidade desse insumo, a reutilização pode ser uma saída para que não haja racionamentos e o risco de desabastecimento.
Nesse sentido, deve-se considerar o reuso de água como parte de uma atividade mais abrangente que é o uso racional e eficiente do insumo, o qual compreende também o controle de perdas e desperdícios.
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