quarta-feira, 26 de novembro de 2014

O Lado positivo e os benefícios do Urânio

       Muito já se falou acerca da relevância do minério de Urânio nos dias de hoje. Então, é necessário que as sociedades modernas repensem seus conceitos de aplicação do mineral, levando em conta suas particularidades e benefícios a médio prazo. Percebê-lo de maneira equivocada e vendo ele apenas com potencial de destruição é um grande risco que se corre ao se tratar de tecnologia e desenvolvimento. É claro que ele é utilizado sim pela indústria bélica como matéria prima na fabricação de armas químicas e bombas atômicas, porém somos nós que tenhamos que decidir pela sua melhor aplicação comercial.
        Mais importante que isso é sua capacidade de geração de energia através da alta equivalência
energética e os efeitos positivos trazidos para a medicina. Esse temor com que o urânio é tratado pelos mais conservadores impossibilita o desenvolvimento das sociedades, o fomento da economia e a redução dos índices de emissão de gases na atmosfera. É fato que sua utilização deve seguir os mais rigorosos padrões de segurança para que acidentes não ocorram, embora a ocorrência de acidentes desse tipo seja extremamente rara.
        Com o sucesso verificado nas pesquisas realizadas para o tratamento do rejeito desse mineral, pesquisadores da USP e do IPEN concluíram ainda que, parte desse rejeito poderia ser utilizado novamente como combustível para movimentar as turbinas dos reatores, pois ainda possuía tal capacidade em função do enriquecimento isotópico o qual foi submetido.
        Com isso, parte do lixo atômico produzido pelas usinas, seria reprocessado e reutilizado de modo a diminuir a quantidade de rejeito gerada. A outra parte seria submetida às pesquisas, que comprovada sua veracidade daria uma nova aplicação comercial para esses resíduos: o emprego dele na agricultura.
Portanto, essas novas tecnologias existentes no setor nuclear só foi possível graças a investimentos feitos tanto pelo poder público quanto pelas empresas privadas no passado. E caso queiramos avançar ainda mais no setor, faz-se necessária à continuidade desses investimentos nos dias de hoje.
        Terminamos aqui fazendo um convite: enquanto sociedade moderna que prima pelo advento da tecnologia, vamos repensar nossos conceitos de aplicação, efeitos e consequências de utilização do minério de urânio. Precisamos romper com os paradigmas existentes e visões equivocadas referentes ao mineral, pois o que nos leva a pensar dessa forma é a motivação para a qual algumas nações o aplicam, gerando efeitos e consequências negativas.
Entender suas complexidades além das entrelinhas para que tenhamos melhores condições de analisar suas aplicações, efeitos e consequências, fará com que vejamos os lados positivos e os benefícios por ele trazidos.

sexta-feira, 21 de novembro de 2014

Ocorrência do mineral de Urânio no Brasil

        Com base em estudos realizados nas maiores reservas uraníferas do Brasil, Caetité e lagoa Real
Mina de Urânio em Caetité - BA
(BA), Cachoeira (CE), conclui-se que a presença desse mineral está condicionada a regiões consideradas de clima tropical quente e úmido, com precipitação superior a 700mm anuais e com 2 estações bem definidas: seca, de abril a outubro; e úmida, de novembro a março. Outras características comuns a essas regiões é o aplainamento de suas superfícies, com relevos pouco acidentados, solos bastante erodidos e altitudes variando entre 750 a 1000m. A morfologia do relevo nessas regiões se dá de forma convexa e côncavas, apresentando solos residuais de composição areno-argiloso e silto-argilosa. (CETEM, 2003)
        A retomada dos mapeamentos geológicos estabelecidos pelo governo federal, possibilitaram novas descobertas em território nacional de jazidas de explotação de urânio. Tais estudos revelam que o Brasil é dono da 6° maior reserva do planeta, sendo autossuficiente na produção do mineral para consumo interno no que diz respeito a demanda energética do país, podendo ter ainda um percentual expressivo destinado à exportação. (CPRM, 2005)
        A região nordeste do território brasileiro possui uma ampla e diversificada gama de reservas de Urânio, consolidando-se como a maior região produtora do Brasil. A produção total nacional está estimada em 309.370 toneladas, das quais boa parte está associada a presença de ácido fosfórico (H3PO4)e diversos tipos de óxidos como o chamado YellowCake (U3O8). (FIORIO, 2010). 
        O mapa baixo mostra as áreas de depósitos de urânio e onde existem instalações para a extração desse mineral:
Depósitos e áreas de extração mineral do Urânio no Brasil


Utilização do Urânio no processo de geração de energia

        Ao utilizar o minério de Urânio como matéria prima na geração de energia, várias são as etapas cumpridas de modo a torná-lo ideal ao ponto de ele desempenhar tal papel. O mineral de Urânio é encontrado na natureza associado a outros diversos elementos. Inicialmente, o mineral chega a usina na presença de óxidos, fosfatos e metais brutos como o ouro e prata. A partir de então, o mesmo é separado dos demais minerais e submetido a diversas reações químicas que o deixam em estado gasoso, que por sua vez recebe o nome de hexafluoreto de urânio (UF6). Essa etapa tem como
objetivo fazer o enriquecimento isotópico para garantir a criação dos átomos capazes de sofrer fissão e, portanto, a conversão do isótopo U238 (mais abundante na natureza e que não é capaz de gerar energia) em U235, sendo este o responsável pelas diversas fissões necessárias para a liberação de calor, um composto químico é gerado sob a forma de um pó. É o chamado dióxido de urânio (UO2), que resulta da junção do mineral com o oxigênio e tem a finalidade de originar pastilhas que servirão para gerar o elemento combustível para enfim acarretar na geração de eletricidade que chega as residências. Sabe-se que esse é o modo mais comum de geração de energia nuclear, figurando entre os mais seguros do planeta. 
        Para entender melhor o processo de geração de energia desse mineral, acompanhe o vídeo abaixo: 


Funcionamento de um reator nuclear

        O urânio é um dos poucos minerais capazes de ser utilizado para geração de energia. Isso porque ele é capaz de liberar grande quantidade de energia luminosa e calorífica através de uma reação química chamada de fissão nuclear que consiste na quebra de átomos presentes no núcleo em tamanhos menores, aumentando assim a sua quantidade. A energia produzida é liberada em forma de calor, que por sua vez aumenta a evaporação da água e dá força para acionar as turbinas. (MONTEIRO, 2008)
        Para entender como funciona um reator nuclear, observe a imagem abaixo:




                                Fonte: Artigo - Urânio: Quais são suas aplicações, efeitos e consequências

quinta-feira, 20 de novembro de 2014

Urânio e a Sociedade


        O temor das sociedades modernas com relação ao emprego desse mineral para fins comerciais, justifica-se pelo fato dele ser utilizado também como alternativa à produção de armamento nuclear com alto poder de destruição. Através de isótopos do mineral de urânio são fabricadas bombas atômicas e armas químicas com efeitos devastadores, assim como os já assistidos durante a segunda guerra mundial.
        Dentro desse contexto, a grande questão quanto à aplicação comercial do mineral está ligada com a forma com que o mesmo será descartado, visto que o processo de enriquecimento ao qual é submetido o torna nocivo devido aos seus altos índices de emissão de radiação. O referido processo consiste em aumentar os níveis do isótopo U235 do mineral de forma que ele seja capaz de sofrer fissão (quebra do núcleo do átomo) para finalmente ser empregado em centrais nucleares para gerar a tão importante energia. Isso é necessário em virtude do isótopo U238 não apresentar tal capacidade, embora seja o mais abundante na natureza. (ALENCAR, 2008)
       O rejeito radiativo do Urânio é classificado como de alta intensidade e contêm atividade de vida longa. Resultam do combustível descarregado dos reatores e seu armazenamento segue padrões de segurança cujas diretrizes são dadas pela Agência Internacional de Energia Atômica (AIEA), e que, no Brasil, é regulada pela CNEN. (ABIDES, 2010)
        O conceito internacionalmente consagrado para o armazenamento dos rejeitos dessa atividade,
compreendem duas etapas. A primeira delas é o resfriamento do material em piscinas especiais localizadas dentro da própria usina onde foram produzidos por um período que varia entre 10 a 40 anos. Em seguida, tem-se o acondicionamento desse material em cápsulas metálicas concretadas, as quais serão depositadas em locais que apresentem condições geológicas naturais estáveis com baixa
probabilidade de abalos sísmicos, baixo índice pluviométrico e pouca densidade populacional. Os terrenos preferenciais são formações rochosas que funcionam como blindagem, evitando a corrosão dos recipientes onde o rejeito foi acondicionado. 
       É possível tratar o rejeito desse material e dar a ele outra destinação comercial. O chamado processo de empobrecimento consiste em romper com as propriedades radioativas do mineral misturando a ele substâncias químicas capazes de minimizar as emissões de radiação, trazendo-o a um patamar considerado tolerável pela organização mundial de saúde e que não represente riscos à saúde humana. Com isso o mesmo poderá ser cautelosamente manipulado de forma a ser usado, por exemplo, na agricultura e indústria automobilística. 

Fonte: Artigo - Urânio: Quais são suas aplicações, efeitos e consequências

O Mineral Urânio (U)

Foto do mineral urânio (U) em sua forma natural
        O urânio é um mineral encontrado na crosta terrestre cuja sua utilização se dá de forma diferente em diversas partes do globo. Suas propriedades o tornam um elemento químico peculiar, as quais constantemente são veiculadas nos meios de comunicação.  Estamos falando do seu alto poder de toxidade e radioatividade, características químicas que embora tragam ideia de medo, são frequentemente estudadas por cientistas com o objetivo de reduzir os índices de emissão de radioatividade atribuídos ao mineral.
        Ductibilidade, maleabilidade, alta densidade, peso e cor metálica brilhante são outras característicasatribuídas ao urânio que tem diversificada empregabilidade. Sabe-se que sua utilização vai desde a obtenção de energia elétrica ao emprego na medicina em sessões de radioterapia. Mas o grande problema que constantemente gera conflitos, gira em torno da destinação dada ao seu rejeito, tendo em vista os altos gastos gerados com o correto descarte do rejeito radioativo deixado como legado pelo mineral. 
       Apesar de toda a preocupação da comunidade internacional acerca da utilização do mineral, o minério de urânio ganha uma nova relevância no cenário mundial em razão da escassez dos recursos energéticos utilizados atualmente em larga escala, tais como o petróleo e o carvão, bem como a disparada dos valores de mercado dos mesmos. Em sociedades cuja demanda por energia aumenta, uma solução possível é a geração de eletricidade por processos nucleares advindos do minério de urânio enquanto matéria prima, e ao contrário do que acontece na utilização de combustíveis fósseis, a energia advinda do mineral de urânio é extremamente limpa e não causa dano algum ao meio externo. 

                                                      Fonte: Artigo -  Urânio: Quais são suas aplicações, efeitos e consequências

segunda-feira, 19 de maio de 2014

Ciclo de Vida de uma Jazida


Futuro Da Mineração



       A manutenção dos investimentos em pesquisa e prospecção mineral é de fundamental importância para a continuidade da mineração no Brasil. Independentemente de qualquer coisa, se os investimentos previstos não ocorrerem, estaremos fadados ao declínio da atividade e, em seguida, ao colapso da nossa economia. Estatísticas apontam para a dependência do país para com a indústria extrativa mineral, a qual é diretamente responsável pela geração de emprego e renda nas comunidades onde se instalam e a criação de infraestruturas sociais básicas como saúde, educação e saneamento. Para que esse quadro se mantenha, as pesquisas minerais certamente entram como fatores determinantes no processo.
       Mas não só elas. A mineração depende de etapas que se relacionam de modo interdependente, no qual uma não existe sem a outra. São como pequenas partes que trabalham entre si na composição de um todo ordenado. Essa integração corresponde ao ciclo de vida da mineração. Esses recursos serão aplicados para desenvolvimento de novas tecnologias e criação de máquinas e equipamentos capazes de aumentar a produção. Porém, parte deles deverá contemplar o fator humano, através da qualificação da mão de obra. Investir no ser humano quer dizer ampliar as oportunidades. Este é capaz de pensar e contribuir com a melhoria do processo, uma vez que valorizado pode ter sua área de atuação ainda mais ampla.

A importância da Pesquisa Mineral

     Em razão dos investimentos já realizados, o Brasil atualmente colhe os bons frutos sucedidos das etapas da pesquisa mineral. Tais pesquisas possibilitaram a descoberta de novas reservas de exploração, como é o caso, por exemplo, do pré sal.Conclui-se que em 2010 duas categorias de minerais foram responsáveis por quase 25% das exportações brasileiras no período, ocupando as primeiras colocações no ranking conforme demonstram gráficos, cuja fonte é do Ministério do Desenvolvimento, Indústria e Comércio Exterior.



     
     Isso nos dá ideia do quanto é fundamental o processo de pesquisa e prospecção, o que aliado à descoberta de novas jazidas, ao crescimento da produção mineral e ao bom momento vivido pelas economias internacionais, garantem o desenvolvimento do país. Dessa maneira, esses investimentos não podem de maneira alguma sofrer redução, uma vez que o que está em jogo é a manutenção da atividade mineira no interior do país, proporcionando desenvolvimento as comunidades locais através da geração de emprego e renda

domingo, 18 de maio de 2014

Investimentos em Pesquisa Mineral

       Vários foram os requerimentos para autorização de pesquisa nos últimos anos, contudo foram poucas as devidas concessões outorgadas pelo DNPM conforme mostra o gráfico a seguir:

Fonte: DNPM, 2009
       Das licenças concedidas para realização do processo de pesquisa as empresas, pouco mais de 15% delas solicitam autorização de exploração e lavra, o que significa dizer que o projeto é interrompido por inexistência mineral na área pesquisada, inviabilidade econômica da jazida ou ainda pela escassez de capital que possa ser investido na continuidade do projeto mineiro.
       Onildo João Marini, diretor executivo da agência para desenvolvimento tecnológico da indústria mineral brasileira (ADIMB), teme que a produção mineral nacional entre em declínio num futuro próximo devido aos poucos investimentos realizados no setor de pesquisa, indo na contramão do que mostra o gráfico a seguir:









 
       Ainda segundo Marini, esses investimentos não foram mantidos na década seguinte e houve um aumento expressivo da demanda por produtos industrializados cuja matéria prima provém da atividade mineral.
       Porém, não se sabe em que informações se baseiam os augumentos  de que os investimentos em pesquisa não se mantiveram. Segundo dados da Secretaria de Geologia, Mineração e Transformação Mineral, a iniciativa privada nunca investiu tanto em pesquisa mineral quanto nos últimos anos, alcançando a marca de US$ 1,9 bilhões entre a década de 2000 e 2010. A previsão é que esses investimentos continuem aumentando, de acordo com que mostra gráfico extraído do relatório acerca dos planos traçados pelo MME para o futuro da mineração no Brasil.


       O gráfico se subdivide em períodos, dos quais: Os primeiros se tratam dos investimentos realizados entre 2000 e 2010. As colunas centrais se referem à previsão dos investimentos entre 2011 e 2020. Por sua vez, as últimas colunas fazem menção aos investimentos a serem feitos entre 2021 a 2030.   

Autorizações e Licenças para Iniciar o Processo de Pesquisa

O processo de autorização ou licença para pesquisa se dá da seguinte maneira:

• Primeiramente deve se protocolar um requerimento junto ao Departamento Nacional de Produção Mineral  (DNPM) informando a área pretendida juntamente com o relatório de impacto ambiental e suas devidas medidas de compensações denominadas medidas mitigadoras. 

• Minuciosa análise do DNPM dessa solicitação levando em consideração várias questões, das quais: sustentabilidade ambiental, projetos sociais e relacionamento com as comunidades locais. O pedido então é outorgado pelo diretor geral do DNPM desde que sejam cumpridas as exigências e a área pretendida não esteja vinculada a nenhuma outra solicitação.

• Após aprovação do DNPM o solicitante deve pagar uma taxa ao governo federal.

•Então expede-se a autorização de pesquisa à empresa, sendo de sua responsabilidade a contratação de geólogos ou engenheiros de minas que possam coordenar os trabalhos. 



Fonte: DNPM

quarta-feira, 14 de maio de 2014

As Etapas do Processo de Pesquisa



       Na primeira etapa do processo de pesquisa temos a Exploração geológica. Nesta fase trabalha-se com dados secundários adquiridos através da utilização de mapas geológicos, geoquímicos e geofísicos, além de utilizar imagens captadas por sensores acoplados a satélites para dar ideia da dimensão do local.
        O objetivo dessa fase é selecionar áreas para serem posteriormente trabalhadas mais detalhadamente.

       Prospecção em superfície é a segunda etapa desse processo. Com o objetivo de decidir continuar ou abandonar o processo de pesquisa mineral, inicia se processo de análise das relações custo/benefício que deverão ser constantemente consideradas como elementos norteadores das escolhas.

       A Avaliação de Depósitos constitui a terceira etapa do processo, onde são realizados levantamentos topográficos e sua transformação em cartográficos, além de realizar sondagens com o objetivo de elucidar o tamanho dos depósitos e por quanto tempo podem ser explorados. Este é o momento no qual as empresas entrarão com o pedido de autorização de exploração e lavra da jazida junto ao DNPM após a constatação de minerais através de amostragens sistemáticas e sondagens.

A Pesquisa Mineral

Processo de Sondagem

       A história nos conta que a mineração foi fundamental para a expansão de nossas fronteiras e ocupação do território nacional. É, portanto, uma atividade que garante o desenvolvimento de um país, pois cria demandas por infraestruturas e serviços, induz a instalação de indústrias de transformação e de bens de capital, interioriza a população, gera empregos, renda e diminui as disparidades regionais.
 É um dos setores básicos da economia nacional e responde por cerca de 5% do PIB brasileiro.
        Diante disso, um setor interessante e que constantemente demanda por novos profissionais é o da pesquisa e prospecção mineral. De acordo com decreto lei 227/1969 do código de mineração brasileiro, entende-se por pesquisa mineral o conjunto de atividades desenvolvidas com a finalidade de evidenciar a existência de jazidas de extração e sua viabilidade econômica.