O temor das sociedades modernas com relação ao emprego desse mineral para fins comerciais, justifica-se pelo fato dele ser utilizado também como alternativa à produção de armamento nuclear com alto poder de destruição. Através de isótopos do mineral de urânio são fabricadas bombas atômicas e armas químicas com efeitos devastadores, assim como os já assistidos durante a segunda guerra mundial.
Dentro desse contexto, a grande questão quanto à aplicação comercial do mineral está ligada com a forma com que o mesmo será descartado, visto que o processo de enriquecimento ao qual é submetido o torna nocivo devido aos seus altos índices de emissão de radiação. O referido processo consiste em aumentar os níveis do isótopo U235 do mineral de forma que ele seja capaz de sofrer fissão (quebra do núcleo do átomo) para finalmente ser empregado em centrais nucleares para gerar a tão importante energia. Isso é necessário em virtude do isótopo U238 não apresentar tal capacidade, embora seja o mais abundante na natureza. (ALENCAR, 2008)
O rejeito radiativo do Urânio é classificado como de alta intensidade e contêm atividade de vida longa. Resultam do combustível descarregado dos reatores e seu armazenamento segue padrões de segurança cujas diretrizes são dadas pela Agência Internacional de Energia Atômica (AIEA), e que, no Brasil, é regulada pela CNEN. (ABIDES, 2010)
O conceito internacionalmente consagrado para o armazenamento dos rejeitos dessa atividade,
compreendem duas etapas. A primeira delas é o resfriamento do material em piscinas especiais localizadas dentro da própria usina onde foram produzidos por um período que varia entre 10 a 40 anos. Em seguida, tem-se o acondicionamento desse material em cápsulas metálicas concretadas, as quais serão depositadas em locais que apresentem condições geológicas naturais estáveis com baixa
probabilidade de abalos sísmicos, baixo índice pluviométrico e pouca densidade populacional. Os terrenos preferenciais são formações rochosas que funcionam como blindagem, evitando a corrosão dos recipientes onde o rejeito foi acondicionado.
É possível tratar o rejeito desse material e dar a ele outra destinação comercial. O chamado processo de empobrecimento consiste em romper com as propriedades radioativas do mineral misturando a ele substâncias químicas capazes de minimizar as emissões de radiação, trazendo-o a um patamar considerado tolerável pela organização mundial de saúde e que não represente riscos à saúde humana. Com isso o mesmo poderá ser cautelosamente manipulado de forma a ser usado, por exemplo, na agricultura e indústria automobilística.
Fonte: Artigo - Urânio: Quais são suas aplicações, efeitos e consequências
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